O câncer de colo de útero é um problema de saúde pública. De acordo com o Instituto Nacional de Câncer (INCA), o Brasil deve registrar 16.710 novos casos de câncer de colo do útero no triênio 2020/2022.
Na campanha Março Lilás, o Conessp conversa com a médica oncologista Cristiane Napoleão que reforça a importância da prevenção. “O câncer do colo uterino pode ser prevenido através do rastreamento e diagnóstico precoce com a ida ao ginecologista e realizando o exame Papanicolau anualmente”, diz a médica.
Cristiane Napoleão ressalta que os fatores de risco mais importantes para essa doença se concentram na atividade sexual.
“Mulheres que têm início da atividade sexual muito precocemente, mulheres com múltiplos parceiros, relação sexual sem uso de preservativo. Isso está relacionado com aumento da prevalência do vírus HPV que é o papiloma vírus que é transmitido pela relação sexual”.
Prevenção
A médica afirma que o exame Papanicolau permite detectar precocemente as lesões que precedem o câncer de colo do útero (displasias) e indicar o melhor tratamento antes do seu desenvolvimento.
“Esse teste também pode detectar alterações que indicam a presença nas células do HPV, deve ser realizado pelo menos uma vez por ano, por todas as mulheres desde o começo da atividade sexual, até os 70 anos”.
A principal forma de prevenção é a vacina contra o HPV, disponível para meninas de 9 a 14 anos e meninos de 11 a 14 anos, em todas as Unidades de Saúde da Família, podendo prevenir 70% dos cânceres de colo do útero e 90% das verrugas genitais.
Outra forma de evitar a doença é diminuir o risco de contágio pelo HPV, que ocorre por via sexual, com o uso de preservativos durante a relação.
A ideia da campanha Março Lilás é estimular que as mulheres conheçam as principais formas de cuidado e que estejam atentas para sinais e sintomas desse tipo de câncer, que é o terceiro mais frequente entre a população feminina (atrás do câncer de mama e de colorretal), e a quarta causa de morte de mulheres por câncer no Brasil. A iniciativa ocorre no mês em que é celebrado o Dia Internacional da Mulher, simbolizando a luta por igualdade de direitos.
“A importância da campanha é justamente na conscientização das mulheres para fazer o papanicolau anualmente, usar preservativo e vacinação contra HPV”, afirma a médica.